"Faço de minha vida a minha grande peça, escrevo-a a cada momento, a cada instante, pois sei que não terei tempo o suficiente de sentar-me e prospecta-la, por isso vou experimentando ações, emoções e conceitos. E nessa minha constante Pesquisa de Convivência vai se formando meu protagonista de mim mesmo, assim atuo nos improvisos, e vivo os fatos mais imprevistos que alguém pode viver"

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No Instituto Religare


Foi durante o mês de março deste ano, eu estava na Casa de Cultura como sempre estive. Me lembro que durante este período eu estava fazendo clown, e também reiniciava o trabalho com a Companhia Clareou sobre a mitologia Iorubá.
Foi quando recebi o convite de meu professor e até então diretor, Peterson Xavier para visitar o Instituto Religare, de inicio pensei em dizer não ao convite, pois já estava me achando atarefado demais com os trabalhos que estava realizando, e que entrar em um novo processo seria comprometer minha responsabilidade em relação a minha rotina, seria atrapalhar minhas idas e vindas do dia-a-dia.

Ele havia me apresentado em um trabalho no vídeo, eu muito me interessei, pois era o espetáculo “Mutatis” montado pelo Coletivo Religare, um trabalho poético e ao mesmo tempo um forte espelho, um espelho que reflete e denuncia sem medo graves erros de nossa sociedade.

 

 
"O espetáculo Mutatis, me encheu os olhos e alimentou o meu desejo de fazer da arte a minha voz, a minha força, minha arma de destruição e ao mesmo passo minha ferramenta de construção."

Queria muito conhecer o Instituto, mas eu sabia que eu não ia me contentar em só conhecer, eu não iria me satisfazer com apenas uma visita, eu sabia que minha sede por aquele lugar, pela arte que é feita ali, iria aumentar se caso eu pisasse naquele espaço que tanto atraia minha alma. 
E então me perguntei por que passar sede? Porque não fazer um esforço e sair de minha cômoda rotina e se entregar a um teatro que corresponde as minhas expectativas? Porque não se arriscar e se entregar a um novo processo de formação?
Sim, eu fui. Chegando lá, percebi a diferença em cada ator, percebi que apesar de sermos tão diferentes, algo nos unia e nos tornava únicos. Parecia que já nos conhecíamos á muitos anos e que um entendia perfeitamente as ideias do outro. Sim; era algo em comum que nos atraia, era justamente aquilo que havia me levado aquele lugar, era o desejo, a sede por um teatro construtivo, um teatro que da sentido a algo ou alguém, um teatro que não é escasso de significado, que foge dos excessos, um teatro mutável que se constrói segundo as gafes da sociedade, que contesta a cada produção os papeis do cidadão dentro de sua cidade, um teatro que esta na medida certa, que não está nem tanto ao mar, nem tanto a terra.
E Era esse o teatro que eu procurava...
Valeria De Pietro artista devidamente reconhecida no meio teatral, me recebeu muito bem, me apelidando de “Play” (termo que surgiu da pronunciação do meu fácil nome) e foi assim que de “Hedcley” fui para “Hed-PLAY”, e não vi nenhum problema nisso. Pois logo depois recebi da mesma um outro nome, ela me disse que eu agora eu era um “Religariano” aumentando ainda mais a responsabilidade de fazer valer o oficio da minha arte.

Aos sábados se ainda me houver vida e saúde, estarei no Instituto Religare, estudando, aprendendo, crescendo e buscando me manter em constante “reprodução” sempre dando um Play na minha vida.

Conheça um pouco mais do Instituto Religare:
http://www.religare.org.br/



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